A má qualidade do serviço prestado aos usuários do
transporte público levou a Prefeitura a aplicar 74,4 mil multas às
empresas e às cooperativas que exploram o setor nos primeiros cinco
meses do ano. As falhas provocaram descontos de R$ 29 milhões nos
repasses dos contratos firmados pelo governo até agora. Mas, apesar de
parecer alto, o número de penalidades representa 0,37% do total de
viagens feitas em dias úteis no período. Na prática, apenas 1 a cada 270
partidas sofre algum tipo de penalização.
Segundo a empresa municipal São Paulo Transporte (SPTrans), o ranking
deste ano aponta o descumprimento do número de partidas programadas
como a principal falha. Foram 13.668 multas por irregularidades nos
horários. Outras 10.199 punições estão relacionadas a atrasos no
intervalo das viagens. Alterar a programação estabelecida para veículos
adaptados a pessoas com deficiência também rendeu 6.753 multas de
janeiro a maio.O levantamento ainda mostra que motoristas que dirigem falando ao celular foram responsáveis por pelo menos 3.982 punições neste ano. A lista das cinco principais falhas do sistema é completada pela circulação de ônibus sem cobrador ou auxiliar, responsável por outras 2.667 penalidades.
As linhas operadas por cooperativas da zona sul da cidade são as mais problemáticas, seguidas pelas linhas comandadas pelo consórcio da zona leste, de acordo com o levantamento. Ao todo, a cidade tem 1,3 mil linhas de ônibus, que transportam 6 milhões de pessoas por dia e são fiscalizadas por 705 agentes.
Rotina
Os motivos não são desconhecidos da SPTrans, pelo contrário. No ano passado, a empresa aplicou um número ainda maior de multas entre janeiro e maio. Foram 76.520, e praticamente pelos mesmos motivos. A diferença no número de punições, segundo o diretor de gestão da SPTrans, Adauto Farias, é explicado pela troca de governo e pela proximidade do fim dos contratos do transporte, que vencem em julho.
“Com a transição, o número de punições caiu em janeiro, o que é normal. Mas o trabalho já está normalizado. Em junho do ano passado, até o dia 20, por exemplo, a arrecadação de multas foi de R$ 3,95 milhões. No mesmo período deste ano, alcançamos R$ 10,5 milhões”, disse.
Com a elaboração do novo edital, a SPTrans espera punir com mais rigor a principal falha do sistema: o descumprimento de partidas. A ideia, que será debatida com a sociedade, é descontar as falhas automaticamente das empresas, a partir de um porcentual estabelecido em contrato. A mudança evitaria os recursos, que chegam a durar anos. “O uso de GPSs é outro instrumento que ajudará no controle.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadão
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