sexta-feira, 5 de julho de 2013

Prédio da Galeria do Rock comemora 50 anos em 2013

 

'Divirta-se': Demos uma volta por lá para mostrar as lojas mais maneiras desta e de outras galerias do Centro

 

Murilo Bomfim e Taís Toti - O Estado de S. Paulo

Assim como o rock’n’roll, algumas coisas não envelhecem nunca. É o caso da Galeria do Rock, cuja história se confunde com a da cidade - pelo menos nas últimas cinco décadas.
Galeria do Rock - Isadora Pamplona/ Estadão
Isadora Pamplona/ Estadão
Galeria do Rock
Projetado na década de 50 pelo arquiteto Alfredo Mathias, o prédio que abriga o ‘Shopping Center Grandes Galerias’ só foi inaugurado em 1963. "Havia uma necessidade de ocupação da área central", diz o atual responsável pelo local, Antonio Souza Neto, mais conhecido como ‘Toninho da Galeria’. O conceito de rock ainda não havia contaminado as lojas, que concentravam mais de cem alfaiates.
Em 1976, depois de perder lojas para as regiões sul e oeste da cidade e passar quase meia década vazia, a galeria ganhou sua primeira loja punk, a Wop Bop, do vocalista da banda Olho Seco, Fábio. A administração da época via problemas nas tribos que ouviam sons mais pesados e proibiu a abertura de novas lojas com o tema. Foi só em 93, com a chegada de Toninho, que o rock se tornou soberano na galeria. Enquanto outubro - e a grande comemoração que ele prepara - não vem, celebre os 50 anos em um rolê de compras à moda antiga - ali e nas galerias vizinhas.
Para comandar as pistas
Além de roupas, acessórios e discos para os amantes da música, a Galeria do Rock tem um espaço para quem quer colocar a mão na massa. A Discool’ Box DJ tem um curso que, em 20 horas, ensina qualquer um a dominar as pick ups. O tempo de aula pode ser dividido da maneira que for mais conveniente para o aluno, mas é recomendável fazer aulas de, no máximo, duas horas por dia, duas vezes por semana. O preço do sucesso é R$ 800, que podem ser divididos em duas parcelas. Sobre a música: não precisa ser rock não, vale qualquer estilo. Subsolo, loja 23, 3337-5507.
Cabelo, cabeleira, cabeluda...
Ao andar pela Galeria é comum encontrar pessoas de diversas tribos. E incomuns são, às vezes, os cabelos de quem passa por lá. Se, durante o passeio, der vontade de dar um trato no visual, o Zulu pode se encarregar da tarefa. Sob o slogan ‘A arte em cabelos exóticos’, o pequeno salão faz cortes e penteados que vão desde os tímidos até os mais ousados. Há dois cortes bem populares no local. Um deles se chama ‘From UK’, que deixa as madeixas desfiadas e irregulares, às vezes com uma franja grande recobrindo o olho. O outro é o ‘Rockabilly’, que imita a cabeleira de Elvis Presley: batidinho dos lados e com várias possibilidades no topo. Vale até topete. 1º andar, loja 211, 3223-8775.
Sem rótulos
No terceiro andar da galeria, uma loja chama atenção: o pé direito é baixo, o local é escuro e a cor roxa predomina. A Fake No More vende roupas que vêm de vários lugar do Brasil, sempre em um estilo... bem, Christian Hosoi (foto), dono da loja, não gosta de dar nome aos bois: "Há quem diga que é gótico, há quem diga que é dark, há quem diga que é medieval. Eu não rotulo." Algumas peças são feitas pelo próprio Hosoi e podem chegar a custar R$ 600. Quem gostar do ambiente pode aproveitar a mesa de chás e café, cortesia do proprietário. 3º andar, loja 474, 997-854-834.
Um canto de paz
Basta ver a placa "sebo mais antigo da cidade" para querer entrar na Livraria Calil, no 9º andar da Galeria Itá. Especializada em livros esgotados e raros de temática brasileira, a loja tem um ambiente agradável, em especial pelo sossego em meio ao movimentado centro. Maristela Calil deu continuidade aos negócios do pai, que começou há 68 anos. Para ela, o que faz a livraria ser uma referência não é só a qualidade do acervo, mas o atendimento pessoal aos clientes. Mesmo com as prateleiras recheadas de obras raras, Maristela ainda está em busca de um livro: ‘Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema’, primeiro livro de Mário de Andrade. R. Barão de Itapetininga, 88, metrô Anhangabaú, 3255-0075.
Em busca de velharia
O pedaço é o melhor amigo dos amantes de vinil, turma que só aumenta na cidade. Para garantir que a coleção tenha exemplares essenciais, vale dar uma passada na Galeria Boulevard do Centro. Passe pelas lanchonetes e pela curiosa e pequena fonte em uma das paredes do térreo e suba para o primeiro andar, onde há várias lojas de vinis usados e em bom estado. A maior delas é a Ventania, aberta desde 1986. Há discos de todos os estilos e épocas, garante o vendedor Alcides Neto. E a organização ajuda (muito) a encontrar o que procura. R. 24 de maio, 188, metrô República, 3331-0332.
Preciosidades
O prédio que abriga a Galeria Itapetininga foi construído em 1945 e, hoje, é o ponto de encontro dos fanáticos por brinquedos antigos. Os corredores concentram mais de dez vitrines onde vendedores, como Fábio Assumpção Costa (foto), expõem as antiguidades que certamente habitaram a sua infância. Entre os mais procurados e valorizados estão o Forte Apache da Gulliver e os autoramas de marcas como a Estrela. Brinquedos não são as únicas raridades do centro comercial, porém. Encontram-se por lá ainda duas lojas de pedras (preciosas ou não). São vendidas desde as mais comuns, com preço a partir de R$ 1, até as mais raras, que são bem maiores e podem chegar a R$ 8 mil. R. Barão de Itapetininga, 267, metrô República, 3259-6515.
Para não perder
A Galeria Nova Barão está se tornando queridinha dos roqueiros e audiófilos em geral pela variedade de lojas de vinis (na maioria novos e importados) no primeiro andar. Mas o térreo também tem coisas interessantes, e não é só a agradável fonte com banquinhos esperando por um descanso no meio da tarde. Lá tem a Oliveira, loja com mais de 40 anos de tradição especializada em guarda-chuvas. Se você pensa que o acessório é item descartável, pode repensar. Lá os modelos são feitos para serem duráveis (o que justifica o preço, de R$ 18 a R$ 450), e a loja também oferece serviços de conserto (entre R$ 8 e R$ 15). Dá para escolher entre sombrinhas de bolso e guarda-chuvas automáticos, entre outros. R. Nova Barão, 69, metrô República, 3159-2318.

Estadao

 

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